Comemorar a virada do ano perto daqueles que amamos faz toda a diferença. Para você curtir…
Qual a importância do Dia Internacional da Mulher?
Você realmente sabe qual a importância do Dia Internacional da Mulher? Com a data tão próxima — em 8 de março —, resolvemos fazer um apanhado histórico, relembrando alguns eventos que aconteceram ao longo dos anos e trazendo algumas reflexões sobre os dias atuais. Boa leitura!
Como surgiu o Dia Internacional da Mulher?
O Dia Internacional da Mulher foi criado em 1970 pela Organização das Nações Unidas (ONU). Apesar de tardio, ainda assim, dois eventos passados são creditados como marcos históricos para o estabelecimento dessa data.
O primeiro foi uma greve de mulheres que trabalhavam como costureiras em condições precárias, em uma fábrica situada na cidade de Nova York, nos Estados Unidos, em 1911. Nessa época, ocorreu um incêndio no local, com mais 140 vítimas que não conseguiram escapar porque os proprietários mantinham as portas da instalação trancadas para conter greves.
O segundo foi em 1917, na Rússia, quando protestos encabeçados por uma legião de mulheres do setor tecelão pediam melhores condições trabalhistas, salário justo e direito ao voto, dando seguimento à onda de manifestações que alterou o governo czarista do país.
Ambos os movimentos, apesar de acontecerem em diferentes épocas e países, se tornaram símbolos da luta feminina pela igualdade social e justiça social. Uma linha do tempo criada pela ONU marca outros movimentos considerados históricos na luta pela equidade de gênero.
- Em 1946, foi criada, nos Estados Unidos, a Comissão da ONU sobre a Situação das Mulheres, comitê responsável por defender a equidade de gênero e o empoderamento feminino em todos os âmbitos.
- Em 1948, houve a Declaração Universal dos Direitos Humanos, contando com aspectos sociais, políticos, econômicos e culturais que deveriam ser resguardados por todos os cidadãos — mulheres e homens.
- Foi só em 1975 que o Dia Internacional da Mulher, em 8 de março, foi reconhecido pela ONU, mesmo que sua criação e celebração tenham raízes anteriores à época.
- Em 1979, a ONU criou a Convenção para a Eliminação de todas as Formas de Discriminação Contra a Mulher (Cedaw). Ela definiu parâmetros que configuram a discriminação e estabeleceu as obrigações legais dos países participantes para acabar com tais violências, levando em consideração as esferas pública e privada.
- Em 1993, a Conferência Mundial sobre Direitos Humanos, em Viena, reconheceu a violência contra a mulher como uma violação dos direitos humanos. Em dezembro do mesmo ano, a Assembleia Geral da ONU adota a Declaração para Eliminação da Violência contra a Mulher.
- Em 2007, a primeira unidade policial composta somente por mulheres foi implantada pela Índia, para uma operação pacífica na Libéria.
A linha do tempo conta, ainda, com outros eventos, como o reconhecimento das bases legais internacionais para a apuração de crimes envolvendo violência de gênero, acontecido em 1998. Além do estabelecimento das Metas do Milênio, um conjunto de oito fatores que defendem o desenvolvimento de todas as pessoas independentemente de qualquer aspecto discriminatório.
Essas ações mostram que os direitos femininos, além de serem uma causa que deve ser defendida por todas as pessoas, não são uma luta recente.
Qual a importância do Dia Internacional da Mulher?
Os movimentos sociais com lideranças femininas ao longo da história têm buscado diminuir o preconceito de gênero, dar melhores condições de existência, seja na vida pessoal ou na profissional, além de erradicar as violências sofridas diariamente por essa população.Mesmo com o passar dos anos e muito avanço, a data nos lembra da atualidade da questão.
Afinal, foi só em 2015 que o Brasil reconheceu como hediondo o feminicídio, crime impulsionado por questões de gênero. No país em que 81% das mulheres relatam insegurança em locais públicos por já terem sofrido algum tipo de assédio, essa lei foi um marco necessário.
O que significa igualdade de gênero?
A igualdade de gênero, ao contrário do que, infelizmente, muita gente ainda acredita, não é sobre dar tratamento especial para mulheres. É sobre reconhecer que vivemos em uma sociedade que favorece os homens em diversas esferas e tentar dissipar essa cultura de exclusão.
Reconhecer essa igualdade inclui lutar para diminuir a diferença e garantir os mesmos direitos e oportunidades para todas as pessoas, sem discriminação baseada em gênero, incluindo pessoas transgênero e não binárias.
A igualdade de gênero é um direito humano fundamental e uma questão de justiça social. No fim, significa reconhecer que as pessoas possuem responsabilidades e necessidades diferentes, mas que todas merecem o mesmo respeito, dignidade e liberdade para buscar seus objetivos e viver como escolherem.
Essa questão tem sido cada vez mais visibilizada na sociedade. Desde 2015, o Brasil está na lista dos países que seguem os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS): metas estabelecidas globalmente para que o mundo consiga melhores condições de subsistência para todos.
Embora os ODS sejam interligados, cada um possui um tema principal e o ODS 5 – Igualdade de Gênero prega o empoderamento de mulheres e meninas, sendo fator crucial para a construção de uma sociedade justa, na qual as oportunidades sejam desfrutadas por todas as pessoas sem distinção.
Infelizmente, ainda é comum em alguns países que vagas de emprego de uma mesma função tenham salários diferentes para homens e mulheres. Há locais em que esse é um comportamento social naturalizado, já em outros, é algo mais velado.
Estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT) aponta que, globalmente, mulheres ganham 20% a menos que os homens. Outros dados revelam que, no Brasil, apenas 38% dos cargos de liderança são ocupados por elas, sendo que 6% das empresas alegam, sem motivação aparente, não empregar mulheres para esse nível hierárquico.
A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, divulgou um projeto de lei (PL) que garante a equidade salarial entre homens e mulheres. Como afirmou, em matéria publicada pela Agência Brasil:
“A lei é o primeiro passo, mas nós sabemos que a discriminação é cultural, ela é estrutural, e depois, a médio prazo, par e passo com políticas públicas, com divulgação através da mídia, nós conseguiremos alcançar essa igualdade salarial que é a base para que a mulher tenha igualdade de direitos”.
Ainda há muito o que ser feito sobre a desigualdade de gênero no mercado de trabalho, porém esse não é o único âmbito que escancara a falta de equilíbrio entre mulheres e homens.
Nos afazeres domésticos, ainda há a crença de que existe “trabalho de mulher”, como mostra o resultado de um estudo brasileiro, revelando que, elas gastam quase o dobro das horas em relação aos homens nessas tarefas.
Direitos das mulheres ao longo da história
Como vimos até aqui, as mulheres tiveram e continuam tendo que lutar e enfrentar muitas barreiras para obter direitos fundamentais. Em muitos países, votar foi uma conquista recente. Isso sem falar que ainda existem lugares onde elas são privadas de participar ativamente da política.
Outro exemplo foi o acesso das mulheres ao mercado de trabalho, que só se deu em vista da falta de mão-de-obra durante a Primeira Guerra Mundial. No Brasil, a linha do tempo em termos de conquista de direitos se deu da seguinte forma:
- 1910: fundação do primeiro partido político feminino;
- 1932: direito ao voto;.
- 1962: criação do Estatuto da Mulher Casada;
- 1977: a Lei do Divórcio é promulgada;
- 1985: a primeira Delegacia da Mulher é criada;
- 1988: igualdade de gênero é reconhecida pela Constituição Brasileira;
- 2006: Lei Maria da Penha é sancionada;
- 2015: aprovação da Lei do Feminicídio;
- 2018: importunação sexual é considerado crime.
Representatividade feminina
A representatividade feminina é outro aspecto importante na luta pela igualdade de gênero. É fundamental que as mulheres atuem ativamente em todos os setores da sociedade, incluindo cargos políticos, empresariais, acadêmicos e culturais.
A presença de mulheres em posições de liderança contribui para uma diversidade de perspectivas, estimula a inovação e desafia estereótipos de gênero. O Dia Internacional da Mulher é uma oportunidade para celebrar as conquistas, mas também para reconhecer que ainda há um longo caminho a percorrer em termos de representatividade.
Educação e empoderamento
A educação desempenha papel fundamental no empoderamento das mulheres. Por meio do acesso igualitário à educação, elas são capazes de adquirir conhecimento, desenvolver habilidades e tomar decisões informadas sobre suas vidas.
A educação proporciona independência e autonomia, permitindo que elas desafiem normas sociais injustas e promovam o futuro de uma sociedade igualitária.
Para além das flores: respeito!
Nessa época do ano, é comum vermos todo o tipo de mensagem para o Dia da Mulher citando coragem, força e uma série de adjetivos ligados ao empoderamento. No entanto, é essencial que, enquanto sociedade, não fiquemos apenas em palavras e gestos simbólicos.
Lutar pela igualdade de gênero é um processo complexo, mas que se desenvolve no dia a dia das pessoas de forma simples. Na sua casa, como são divididas as tarefas? Se tem filhos, as responsabilidades são partilhadas de forma igual?
E no trabalho, você identifica comentários machistas e piadinhas de mau gosto? Existem lideranças femininas no espaço profissional que você ocupa? A desigualdade se manifesta em todos os campos da sociedade e a igualdade de gênero só pode ser alcançada com a mudança de comportamento de todos.
Então, na próxima vez que pensar sobre dar flores, lembre-se: é só um ato simbólico? Nada contra demonstrações de afeto, afinal, não é errado manifestar carinho por uma mulher especial na sua vida, mas ações valem mais do que qualquer “parabéns pelo Dia da Mulher” que possa ser verbalizado.
Esperamos que este conteúdo tenha ajudado você a relembrar qual a importância do Dia Internacional da Mulher. Vamos comemorar essa data de forma responsável, sem apagar seu significado e sua história. Para mais conteúdos como este, clique no banner abaixo!
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